Por Vinicius Xavier
Técnico em Gestão – Terra Desenvolvimento Agropecuário

Com o passar dos anos, várias mudanças aconteceram e vem acontecendo na pecuária. A melhoria na eficiência do pastejo, biotecnologias reprodutivas, prenhes precoce, estratégias nutricionais desafiadoras, inteligência artificial, dentre outras mudanças. Dentre essas mudanças, a gestão pode se considerar um grande avanço na pecuária moderna, pois ela permite que o agropecuarista visualize a sua fazenda como uma empresa.

Um dos principais pontos para que o processo de gestão seja eficiente em uma fazenda ou qualquer outro negócio, é a decisão do agropecuarista tornar sua fazenda em uma empresa lucrativa, pois o agropecuarista moderno tem um objetivo: resultado positivo, demonstrado por um dos indicadores que define com êxito da atividade agropecuária, “o famoso reais por hectare ao ano (R$/ha/ano)”.

Quando se fala em fazendas se tornando em empresas, vale salientar que assim como qualquer organização empresarial, a visualização da fazenda como uma empresa é extremamente importante, pois ambos geram resultado através de pessoas, processos e otimização financeira. Para que haja êxito nesse processo, adotar as ferramentas que atendam a necessidade do negócio, é um dos primeiros passos quando se busca evolução no processo de gestão na fazenda.

Dentre essas ferramentas que contribuem para garantir o êxito no processo gerencial, o diagnóstico é o primeiro passo, na qual tem como objetivo identificar a atual situação do negócio, identificar as oportunidades, reconhecer as ameaças, ou seja, em resumo, consiste em identificar onde a fazenda está com relação a equipe, a execução de processos, otimização financeira, entender a funcionalidade do negócio, qual ciclo produtivo, entre outros pontos possíveis de serem levantados através do diagnóstico.

Um próximo passo, talvez um dos mais importante quando se trate de gestão agropecuária, é o planejamento. O planejamento é o “coração do negócio”, pois tem a finalidade de prever ações que deverão acontecer no futuro.

Os principais pontos com relação ao planejamento, em resumo é: evolução de rebanho e fluxo de caixa. Com a evolução de rebanho precisa é possível prever as receitas que deverão acontecer no determinado tempo, prever lotação e comportamento do rebanho ao longo do período.

Assim como o planejamento é “o coração do negócio”, o fluxo de caixa é “o coração do planejamento”, pois o fluxo de caixa é a ferramenta que permite o gestor tomar decisões fundamentadas, pois é com base no fluxo de caixa que o negócio se mantém organizado. Essa ferramenta permite que o agropecuarista visualize a dinâmica financeira do negócio, as entradas de recursos, as saídas e os desafios em um determinado período.

A soma dessas duas ferramentas do planejamento (evolução de rebanho + fluxo de caixa) possibilita a construção de inúmeras metas, seja ela financeira ou produtiva. No aspecto financeiro, as principais metas possíveis de serem construída são:

•Desembolso (R$/CAB/MÊS, R$/@);

•Valor de venda (R$/@);

• Margem (%);

No tocante as metas produtivas possíveis de serem construídas, sendo elas avaliadas longo de nove safras pelo benchmarking Inttegra, continua se mostrando as variáveis de maior impacto, principalmente no âmbito produtivo e correlação fortíssima com os parâmetros financeiros, sendo elas:

•Desempenho global (GMD kg/cab/dia);

•Lotação (UA/ha e cabeças/ha);

A junção desses dois parâmetros, financeiro e produtivo, constroem o resultado, “o famoso R$/ha/ano”. Outro ponto no que tange as metas, vale comentar outros indicadores de demonstram, de um lado o êxito financeiro da operação e por outro lado nos norteia como meta, sendo eles: resultado sobre o patrimônio terra e resultado sobre o patrimônio rebanho.

Outro ponto, é o acompanhamento da gestão, ou seja, acompanhar se o previsto está sendo realizado, lembrando que a gestão é a otimização de pessoas que realizam os processos alinhado a orçamentação (fluxo de caixa), lembrando que um planejamento que não é executado e acompanhado, ele se torna somente mais um arquivo na gaveta.

Em resumo do processo gerencial, a ferramenta POC3 destacada por Henry Fayol, que se mostra aplicável até os dias de hoje, sendo elas: previsão (planejamento, caixa, rebanho…), organização (pessoas, quem faz o que), comando e coordenação (ação, colocar em pratica, garantir que o previsto seja realizado), controle (mensuração e avaliação dos resultados).