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Por Bruno Longo

 

Nesses anos de consultoria nos deparamos várias vezes com gestores em início de trabalho, assumindo a fazenda, com os desafios implícitos desta fase. Muitas vezes pela transição pai-filho ou até em início de uma nova frente (realizando o sonho de ter uma fazenda). Inegavelmente é uma fase difícil, podendo ser até traumática quando mal realizada, porém facilmente administrável quando se tem as ferramentas certas em mãos.

 

Como já dizia o professor Jan Bonsma, considerado o zootecnista do século: “Os três fatores de sucesso na pecuária são MEDIR, MEDIR e MEDIR”. Só conseguimos saber de uma atividade através de FATOS e DADOS, e não com o achismo. Brasileiro tem a mania de se basear no achismo em tudo o que faz. Quantas vezes escutamos “Vou fazer a TIP este ano porque acho que sai mais barato que confinar”, ou, “Acho que o meia-cruza com Caracu é melhor que o Simental” e tantas outras conclusões sem a menor consciência e vontade de procurar medir ou entender o que está dizendo.

 

Questiono você que está lendo este artigo: Se lhe perguntar qual estratégia de entressafra é melhor, mostrando-lhe os benefícios e riscos de cada uma, além do resultado esperado e investimentos necessários, é mais fácil tomar a decisão entre o Sequestro, Suplementação, ou Semi-Confinamento?

 

É claro que sim. A relação benefício-custo (para cada X investido há um retorno de Y) e o nível tecnológico que estamos dispostos a encarar é o que rege a análise. Aqui não defendo uma nem critico a outra estratégia, simplesmente mostro um exemplo do cotidiano para ilustrar uma das decisões que tomamos diariamente em uma fazenda. Porém, só conseguimos tomar essa decisão se tivermos os números (confiáveis) em mãos.

 

Com isso a GESTÃO BASEADA EM NÚMEROS é o agente facilitador do processo inicial do gestor ao assumir uma fazenda. Entendendo muito ou pouco do processo agropecuário um gestor que tem em mãos os principais números, indicadores e parâmetros dos processos que está realizando com certeza sai na frente e ganha pontos de experiência por isso. Afinal se soubermos o nosso indicador e o parâmetro, conseguimos ver se estamos acima, ou na média, ou abaixo do que é preconizado, ou do que os melhores conseguem.

 

A simples frase “Estamos dentro do previsto” pode acalmar os ânimos e tranquilizar o próprio sucessor, além do corpo societário (irmãos, primos, outros sócios). Destaco aqui o desafio maior que acontece quando o sucessor tem que prestar conta a outras pessoas. Parte fundamental desse processo é a clareza e o projeto bem definido. Todos devem estar por dentro do projeto da fazenda para os próximos 3, 5 ou 10 anos. O caixa para os próximos 12 meses é impreterível. Tendo isso escancarado perante a todos os envolvidos o processo de gestão se torna mais fácil, mais fluido.

 

Finalizando, deixo um macete bastante divulgado em nossos cursos e clientes que é o macete da D.I.C.A. (Dados -> Informação -> Conclusão -> Ação), ou seja, dados confiáveis e a tempo geram informações que possibilitam tirar conclusões e assim tomar uma decisão. Só assim conseguiremos ter o que muitos falam que fazem (mas na verdade pouquíssimos realizam) que é ter uma FAZENDA-EMPRESA.